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Os desafios da educação no século 21: estamos preparados?

Podemos colapsar como sociedade se não começarmos agora a trabalhar para que nossas escolas e universidades formem cidadãos em um mundo de inovações tecnológicas e que muda muito rápido

Dizemos com frequência que os jovens são o futuro do país, mas não nos damos conta de que esse futuro pode estar ameaçado. A educação ainda não é prioridade na agenda política brasileira e o descaso com a pauta gerou e perpetua um sistema educacional que não prepara os jovens para lidar com os desafios que enfrentarão ao longo de sua vida.

Não damos conta do básico. Não formamos cidadãos com engajamento político, capacidade crítica, habilidades analíticas ou competências socioemocionais, impedindo assim que possam ter uma vida plena, digna e produtiva. Se isso é uma realidade cruel hoje, condenando muitos ao desemprego ou à informalidade, será um desafio ainda maior no futuro.

Estamos preparados para as mudanças que se aproximam em decorrência de inovações como inteligência artificial, internet das coisas e big data? Com cada vez mais frequência, me pego pensando: como a educação pública pode preparar os jovens para sobreviverem nesse novo mundo que se aproxima tão rapidamente?

Uma criança que está ingressando agora no ensino básico da rede pública vai deparar com uma realidade completamente diferente quando se formar no ensino médio daqui a 12 anos. A tendência é que tudo que é tido como imutável seja ressignificado pela tecnologia. Se minha geração já mudou a forma como estuda, consome produtos e se relaciona por meio da internet e das redes sociais, algo inimaginável quando minha mãe tinha a minha idade, os nossos filhos lidarão com uma realidade ainda mais diferente e disruptiva.

A inovação tecnológica trará benefícios, mas também problemas graves advindos de grandes transformações estruturais. Corremos o risco de produzir desigualdades ainda mais profundas do que as que temos atualmente. No livro “O Capital no século 21”, o economista francês Thomas Piketty sustenta que estamos vivendo um aumento exponencial da desigualdade no mundo e as disrupções tecnológicas, também exponenciais, aceleram esse processo. Se não estivermos preparados, e mais uma vez reforço que a educação é o principal caminho, podemos colapsar como sociedade.

Há cerca de quatro anos comecei a me aprofundar no estudo de autores que pensam o futuro, como o historiador israelense Yuval Harari, autor de “Sapiens: Uma breve história da humanidade”, “Homo Deus: Uma breve história do amanhã” e “21 Lições para o Século 21”. Ao ler “Rise of the Robots - Tecnologia e a Ameaça de um Futuro sem Emprego”, do futurista norte-americano Martin Ford, que detalha o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho, comecei a perder o sono. A possibilidade de desemprego em massa, gerado por inovações tecnológicas cada vez mais disruptivas, já desponta como fato. O avanço da tecnologia é exponencial e muda o mundo num hiato de tempo cada vez menor, a uma velocidade cada vez maior. SE NÃO MUDARMOS NOSSO OLHAR E DISCUTIRMOS COM SERIEDADE O FUTURO DA EDUCAÇÃO, SEREMOS ATROPLEADOS POR TODAS ESSAS TRANSFORMAÇÕES QUE JÁ SE ANUNCIAM

Em "Rise of the Robots", é impressionante descobrir que a década de 2000 a 2010 é a única da história da humanidade em que, a nível global, não se gerou novas vagas de trabalho, considerando-se o total agregado de vagas criadas e o desemprego no mundo. Os empregos gerados foram compensados pelos postos que foram fechados, não havendo portanto um saldo positivo de crescimento na oferta de trabalho. Isso é assustador pois a população mundial continua crescendo. O fato de a economia global ter deixado de produzir novas vagas de emprego nos aponta uma taxa de desemprego crescente.

Dados da Universidade de Oxford, na Inglaterra, a melhor do mundo segundo o ranking mundial Times Higher Education, trazem a previsão de que 2 bilhões de empregos serão extintos em todo o planeta em 11 anos. Essa é uma das facetas cruéis desse futuro que se aproxima. Teremos uma grande massa de pessoas sem uma ocupação, ou espaço, na sociedade. O que faremos então?

Outro agravante, que aumenta o rol de desafios desse futuro próximo, são os problemas e desastres que o aquecimento global nos trará. Isso agrava a pobreza e a desigualdade, e torna o nosso futuro ainda mais complexo. Desastres naturais sempre impactam com mais força os mais pobres, mas a tendência é que uma porcentagem cada vez maior da população seja afetada. É nesse ambiente hostil e complexo que a geração futura, hoje crianças, vai ter que viver, aprender e se tornar produtiva.

Os educadores sabem que a qualidade da educação e sua capacidade de produzir mudanças na sociedade depende de fatores para além da escola. Precisamos repensar o sistema de ensino, propiciando uma educação emancipatória e conectada com as inovações. Se não mudarmos nosso olhar e discutirmos com seriedade o futuro da educação, seremos atropleados por todas essas transformações que já se anunciam.

Acredito que repensar o ensino técnico e profissionalizante é um dos caminhos. Com um espaço para se produzir conhecimento prático e dar a oportunidade aos jovens de inovar e participar dessas transformações, podemos criar e absorver as novas tecnologias e aplicá-las ao mundo do trabalho. Tenho estudado os desafios que o Brasil tem nessa área, quais são nossos gargalos e casos de sucesso. Há muita resistência a essa pauta e os desafios são enormes. Precisamos garantir a qualidade e democratizar o acesso a esse conhecimento, permitindo que o ensino técnico e profissional sejam alternativas e caminhos viáveis para o ensino superior.

O presente e o futuro estão sendo diariamente redesenhados pela revolução tecnológica. Preparar nossas crianças e jovens, para que tenham a possibilidade de uma vida digna e também de ser protagonistas não reféns das transformações tecnológicas, é nosso dever como sociedade. A consciência dessa urgência é a força motriz do meu trabalho na Câmara dos Deputados.

 

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